domingo, 17 de julho de 2011

Sem burocracia!


Foto: Waldir C. Marinho


Estava eu num restaurante japonês ali na Av. Brig. Faria Lima, São Paulo. Meu sunomono tinha acabado de chegar, delícia.
Então sentaram umas meninas na mesa de trás, tagarelando. Bem, na verdade era quase um monólogo, eu ouvia muito mais a voz de apenas uma delas, e ela falava sobre o namorado. E nossa, como a menina falava.
Chegou o shimeji, ótimo.
E a menina a falar. Bem, dizer que apenas falava é simplificar a coisa, ela parecia tentar descrever uma espécie de mapa da alma do namorado dela, algo assim. Rs. Coitado. O namorado dela isso, o namorado dela aquilo, etc. A orelha do rapaz nem devia mais estar vermelha, como dizem, devia estar roxa, rsrs, de tanto que a menina falava dele.
O garçom trouxe meu temaki skin, com molho tarê, oba.
Tem gente que não sei como consegue comer de tanto que fala no restaurante, era o caso da menina. Se ela tivesse mais idade eu diria que era psicóloga, psiquiatra, terapeuta, vidente, sei lá o que, ela enxergava tanta coisa nas atitudes do namorado, que o cara não se importava com ela porque outro dia ele demonstrou certo “ar” de nem sei bem o que diante de uma situação, ela viu na expressão dele, etc.
Humm, adoro todos os sushis com salmão skin, com bastante tarê, ou teriaki, como queiram. Chegou um monte, delícia.
Eu comendo, a menina falando. Rs. E ela tinha certeza que o namorado ainda sentia alguma coisa pela ex namorada dele, porque ela viu que ele apresentou uma reação tal diante de alguma coisa que eles viram numa livraria, num shopping, caramba como essa menina conseguia enxergar aquilo tudo? Fiquei imaginando ela e o namorado juntos, será que ela tagarelava assim com ele, ou faziam outras coisas também? Rsrs.
Outro temaki, de Salmão, adoro.
E a menina dizia que percebeu alguma coisa, que nem lembro bem, num simples olhar que o namorado deu para a mãe dela, ei minha filha deixa o cara ser feliz! Seja feliz você também! Fiquei com pena do rapaz sem nem conhecê-lo, imaginei, rindo, se ele tinha a mínima idéia de como a namorada dele o examinava, analisava, dissecava, sei lá como descrever aquilo. E ainda contava tudo para a amiga dela. Rsrs.
Chegaram os sashimis, todos de salmão, claro, que beleza.
Do jeito que a menina conduzia o “diálogo” com a amiga imagino como seria uma conversa com o namorado. Em dado momento eu me vi já torcendo para o rapaz se livrar daquela verdadeira mala, rsrs. A menina falava do namorado de uma forma, coitada dela também, mas como tem gente que gosta de complicar as coisas. Todo mundo está nesta vida no mesmo barco, com dificuldades, problemas, prazeres, alegrias, vamos simplificar mais as coisas gente! Era até difícil pensar em outros assuntos, meus pensamentos eram conduzidos pela conversa da mesa de trás. Rs. Pedi a conta, paguei, fui embora, e a menina continuou lá, falando, falando, falando.

Ah, por favor, eu não tenho vocação pra ser tema de tese de mestrado! Minha linda, vem aqui dar um cheiro, deixa eu te apertar forte, agora! Sem burocracia, quero que me ame, pô!