Uma das últimas vezes que fui ao Rio.
Tarde de sábado agradável, tomando um café com ela.
De repente o tempo fecha e cai a chuva, aquela chuva.
Forte, muito forte, uma das mais fortes que já vi.
Ficamos olhando pela janela, o temporal molhava tudo, encharcava as paredes externas, as plantas, os carros.
Após uns cinco minutos de chuva forte, sem parar, em frente de onde estávamos já começava a ter correnteza nos cantos da rua.
Olhei para ela. Ela me olhou. Sorrimos.
Sem palavras, no olhar, dissemos: vamos?
Sem palavras, no olhar, dissemos: vamos?
Correndo, saímos da casa e entramos na chuva, com a roupa que estávamos, com tudo.
Rimos, nos divertimos, nos molhamos muito.
Foi sensacional, lembro agora, uma das ótimas lembranças que tenho dela.
Olhava para o céu e sentia a água escorrer.
Ficamos ali um tempão.
Sensação de alegria.
Liberdade.
Lavamos, o corpo, a alma.
Debaixo da chuva.
Voltamos a ser crianças.
Eu e minha mãe.