sábado, 18 de dezembro de 2010

Crianças


Uma das últimas vezes que fui ao Rio. 
Tarde de sábado agradável, tomando um café com ela. 
De repente o tempo fecha e cai a chuva, aquela chuva. 
Forte, muito forte, uma das mais fortes que já vi.
Ficamos olhando pela janela, o temporal molhava tudo, encharcava as paredes externas, as plantas, os carros. 
Após uns cinco minutos de chuva forte, sem parar, em frente de onde estávamos já começava a ter correnteza nos cantos da rua. 
Olhei para ela. Ela me olhou. Sorrimos. 
Sem palavras, no olhar, dissemos: vamos?
Correndo, saímos da casa e entramos na chuva, com a roupa que estávamos, com tudo. 
Rimos, nos divertimos, nos molhamos muito. 
Foi sensacional, lembro agora, uma das ótimas lembranças que tenho dela. 
Olhava para o céu e sentia a água escorrer. 
Ficamos ali um tempão. 
Sensação de alegria. 
Liberdade. 
Lavamos, o corpo, a alma. 
Debaixo da chuva. 
Voltamos a ser crianças. 
Eu e minha mãe.