domingo, 11 de dezembro de 2011

E daí?


Foto: Waldir C. Marinho


“Eu não entendo essas mulheres de hoje em dia, qualquer coisinha querem a separação, não insistem, não têm paciência. 
Eu hein, não cuidam mais dos maridos. 
Na minha época era diferente, imagina fazer naquela época isso que fazem hoje em dia. 
Tudo bem, todo mundo quer se sentir bem, é normal, mas é preciso ter mais companheirismo, mais tolerância. 
E olha que hoje elas tem tudo, tem tudo mesmo, muito mais que as mulheres tinham há anos atrás. 
Imagina se essas meninas de agora tivessem vivido na minha época. 
Eu não entendo, querem casar, depois logo querem separar, porque? 
Não gostavam dos maridos? 
Não diziam tanto que queriam casar? 
E depois não querem mais? 
É falta de amor, só pode ser falta de amor. 
Meu casamento dura há anos, há anos, e eu sou muito feliz. 
Não foi sem dificuldades, não pensem que foi fácil, mas valeu a pena, muito, e eu tenho consciência do quanto contribuí para dar certo. 
E olha que eu amo, e sei que tenho retorno. 
Às vezes fico quieta, sim, não vejo problema nisso, a gente precisa saber quando deve falar e quando não deve falar, para o bem de todos. 
O que me importa é que consegui construir isso tudo, meu lar, minha família. 
Posso até ser considerada submissa, talvez sim, e daí?”

Ouvi, respeitoso, o desabafo da distinta senhora.
Calei.

Um comentário:

Anônimo disse...

Noossa, adorei! De uma sinceridade e sobriedade que chegam a assustar! A vida é mais simples do que julgamos ser, é bem por aí!

Tatiana Girotto