sábado, 13 de novembro de 2010

Mudei o foco




Venho tentando nestes últimos dias escrever alguma coisa aqui no blog, sem inspiração, sem sucesso.
Mente atribulada, desconforto, desequilíbrio interno, sem paz interior. Isso durante estes últimos dias. Até comecei a tentar escrever alguma coisa, mas certamente acabaria não saindo algo muito legal. Então decidi não escrever nada, desisti. E assim fiquei por um tempo.
Ontem pela manhã eu estava no trânsito ainda desta forma, pensamentos desorientadores, nutrindo sentimentos pequenos, rancor, mágoa, lembranças ruins, dificuldade em esquecer o passado.
Mas aí uma luz me veio. Me atingiu.
Lembrei de minha filha.
Lembrei da última vez em que eu estive com ela, quando a ajudei a fazer um trabalho do colégio. Vimos TV, rimos, conversamos, escutamos música, comemos juntos.
Lembrei também da última vez em que fomos ao cinema. Foi um dia especial. Eu passei um dia incrível no trabalho, deu tudo certo, muito agradável mesmo, o dia inteiro. E durante este dia surgiu a idéia de ir ver à noite um filme que minha filha queria muito ver mas já estava quase saindo de cartaz. Eu estava em outro município, foi uma maratona, mas consegui pegá-la e chegamos exatamente 5 minutos antes da sessão iniciar, às 20:45. Na hora. Comemos pipoca, vimos o filme. Um dia perfeito.
Lembrei disso tudo ontem no trânsito.
Lembrei que neste fim de semana agora eu vou encontrá-la novamente.
E aí, lembrando de minha filha, ontem pela manhã no trânsito indo ao trabalho, os meus pensamentos que até então eram desagradáveis começaram a mudar.
Com minha filha em mim, fui esquecendo o rancor, a mágoa. Veio um sentimento de gratidão. Por tê-la em minha vida. Muita gratidão. E as lágrimas começaram a cair.
Foi dessa forma que minha filha veio me resgatar, em pensamento, em sentir, ontem no trânsito, pela manhã. E me trouxe paz.
Temos tantas coisas boas em nossas vidas e por vezes insistimos em ficar remoendo coisas ruins. Nutrindo sentimentos pequenos. Todos temos algum motivo para sorrir, basta procurar direito, basta olhar na direção correta.
Então decidi agora contar isto para vocês. Sobre como pensar em minha filha me fez feliz.
Ainda bem que não escrevi antes, quando eu estava com o astral lá embaixo. Sim porque certamente eu escreveria sobre tristeza, sobre egoísmo, sobre solidão, sobre mágoa, sobre outros sentimentos ruins.
Só que eu mudei o foco, consegui fazer isso.
E aí resolvi escrever sobre minha filha.
Resolvi escrever sobre o amor.