domingo, 25 de dezembro de 2011

Amor



Quando me preocupo com minhas atitudes porque eu preciso ser um bom exemplo para minha filha... quando percebo que o que eu mais desejo é o bem estar dela... quando tenho a certeza que tudo o que de melhor pode me acontecer é a felicidade dela... quando penso nessas coisas, quando sinto o que senti agora ao escrever estas linhas, com os olhos marejados... o que sinto... isso é amor.
Minha mãe cuidou, por anos e anos, de meu avô, numa atitude de profunda entrega. Tudo o que ela fazia era pelo bem estar dele. O que eu via, naqueles momentos, nas atitudes de minha mãe, em seu sentir, em seus olhos... aquilo sim, um profundo amor.
Sensações intensas que após semanas acabam como se nada tivesse ocorrido. Prazeres de instantes que logo desaparecem. Revoluções de minutos. O ápice, depois o nada. Tais coisas passageiras, há quem as compare com o amor, mas são outros estes sentimentos, não o amor, certamente não. Gota diante do oceano.
Ele não a tem mais, então a odeia? Ela, que tanto o queria, agora que não pode mais tê-lo, então lhe quer mal? Não vejo amor no que sentem, ou sentiam. O amor e o ódio são opostos. O amor quer o bem, somente o bem.
Ah, o amor acabou? Se de fato acabou, eu creio, nem chegou a ser.
Uma das mais sublimes expressões do amor, o perdão.
Belíssimas verdades sobre o amor já estão escritas há uns dois mil anos, só que sou tão ignorante e teimoso, preciso de tempo para enfim começar a entender. Só estou começando, acho que estou.
O amor, belo, puro, este sentimento que nos aproxima de Deus, não pode ser transitório. É nisso que acredito.
O amor é eterno.
Deus é amor.






sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Cecília


Foto: Silvia Pinheiro


e eis que nesta manhã preguiçosa
tal aroma cruzou meu caminho
pétala alçada ao longe, há tanto
ainda assim perfumosa
alcançou-me em carinho
em encanto



domingo, 11 de dezembro de 2011

E daí?


Foto: Waldir C. Marinho


“Eu não entendo essas mulheres de hoje em dia, qualquer coisinha querem a separação, não insistem, não têm paciência. 
Eu hein, não cuidam mais dos maridos. 
Na minha época era diferente, imagina fazer naquela época isso que fazem hoje em dia. 
Tudo bem, todo mundo quer se sentir bem, é normal, mas é preciso ter mais companheirismo, mais tolerância. 
E olha que hoje elas tem tudo, tem tudo mesmo, muito mais que as mulheres tinham há anos atrás. 
Imagina se essas meninas de agora tivessem vivido na minha época. 
Eu não entendo, querem casar, depois logo querem separar, porque? 
Não gostavam dos maridos? 
Não diziam tanto que queriam casar? 
E depois não querem mais? 
É falta de amor, só pode ser falta de amor. 
Meu casamento dura há anos, há anos, e eu sou muito feliz. 
Não foi sem dificuldades, não pensem que foi fácil, mas valeu a pena, muito, e eu tenho consciência do quanto contribuí para dar certo. 
E olha que eu amo, e sei que tenho retorno. 
Às vezes fico quieta, sim, não vejo problema nisso, a gente precisa saber quando deve falar e quando não deve falar, para o bem de todos. 
O que me importa é que consegui construir isso tudo, meu lar, minha família. 
Posso até ser considerada submissa, talvez sim, e daí?”

Ouvi, respeitoso, o desabafo da distinta senhora.
Calei.