sábado, 21 de janeiro de 2017

Partes de mim


Foto: Waldir C. Marinho

Dia destes um amigo, ao ler um recente texto de meu blog, enviou-me mensagem dizendo que aquele não se assemelhava muito ao meu estilo. Ele construiu aquela percepção certamente pelo tom agressivo e palavras rudes daquele meu texto em particular. Eu respondi que se ele fizesse uma pesquisa maior no blog talvez encontrasse outros textos como aquele. Pois é.

Textos, assim creio, são em geral autobiográficos, gritos dos autores buscando compreensão, companhia, ser ouvidos. E nesta linha de pensar, tendo o que aqui escrevo como partes de mim, nem sempre o que se lê é o mais positivo, falho que sou, e aí já vai um pedido de desculpas a todos.

Ah, falho que sou, falho que sou. Escrevo e as lágrimas se aproximam. Teria que estender as desculpas não apenas aos raros leitores, mas também à minha família, a amigos, a Deus. A mim mesmo. Mais um ano começou, gostaria de, nestes meus quase 47 anos de idade, ter feito mais. Ter construído mais. Ter aqui todos comigo, todos, ter uma reunião de todas as pessoas que amo em minha volta. Partes de mim. Não consigo, e me despedaço.

Há muito tempo que não chorava escrevendo. Acho que esse texto é uma oração. Pedindo, ao Pai, ajuda. Pedindo perdão.