domingo, 4 de setembro de 2016

20 mil




Minha escritora preferida, romancista seleta, aquela que escreveu o melhor livro que já tive a oportunidade de ler, a caríssima Isabel Allende certa vez passou por um período de, digamos, entressafra literária. Não conseguia escrever. Só que ela não podia se dar ao luxo de nutrir este capricho por conta de compromissos assumidos, contratos, etc. Precisava entregar um livro em certo período de tempo. Então decidiu escrever um livro de receitas culinárias, foi sua maneira de dar tempo ao tempo mas ainda assim conseguir cumprir suas metas profissionais, já que a inspiração falhou.

Se ela passou por isso, porque não eu? Rs.

Parei mesmo, como nunca, por vários meses. O último texto data de maio, mas neste eu comentava justamente sobre este meu momento árido, e antes deste último texto fiquei por meses sem postar nada. Logo essa atividade que tanto me satisfaz, mas, nem sei, a fonte secou. Pareceu secar.

Em meu caso particular escrever trata-se de algo amador e pessoal, mas embora eu não tenha as demandas que Isabel Allende possui, de público, empresários, contratos... ainda assim tenho minhas próprias demandas. Neste quesito, em forte conta, principalmente as cobranças internas.

Certo dia desses, quando eu já recomeçava a pensar em tentar alguns novos escritos, entrei em meu blog e pude notar que nesse tempo em que deixei de escrever o blog já passou dos vinte mil acessos, e a fanpage do blog no Facebook está com mais de dois mil likes. Não acho pouco para um blog absolutamente pessoal, sem divulgação além de poucos posts nas redes sociais. Então, mesmo tratando-se de um blog dedicado a textos próprios e reflexivos, pouco atrativos talvez, ainda assim há algo construído, não apenas através dos textos, mas também através do público associado a estes que se formou neste periodo. 

E nestas idas e vindas já se vão mais de seis anos de blog.

Alguém terá se importado com esta minha recente ausência? Talvez não. Mas eu me importei, demais. Porque me faz bem escrever. Porque, quero acreditar, meus textos podem construir algo, podem promover, mesmo que de forma mínima, algo positivo. Será? Quero crer que sim, que meus escritos podem alcançar almas. Será isso que acabei de escrever algo pretensioso? Não pretendi soar assim. Só sei dizer que, se uma alma já foi alcançada, nesse tempo todo, já valeu a pena.

Então, com estas palavras em mente, retorno. Com minha visão da vida, minhas experiências, minhas reflexões. Tentarei um texto por mês, como já fiz em muitas ocasiões, mas se assim não conseguir em um mês ou outro, tudo bem. 

Nobre amigo, nobre amiga, continuarei a compartilhar com você minhas ideias, meu íntimo, esperando que possa contribuir de alguma maneira com sua vida. Muito obrigado, muito mesmo, por sua presença. Assim seja.