sábado, 18 de dezembro de 2010

Crianças


Uma das últimas vezes que fui ao Rio. 
Tarde de sábado agradável, tomando um café com ela. 
De repente o tempo fecha e cai a chuva, aquela chuva. 
Forte, muito forte, uma das mais fortes que já vi.
Ficamos olhando pela janela, o temporal molhava tudo, encharcava as paredes externas, as plantas, os carros. 
Após uns cinco minutos de chuva forte, sem parar, em frente de onde estávamos já começava a ter correnteza nos cantos da rua. 
Olhei para ela. Ela me olhou. Sorrimos. 
Sem palavras, no olhar, dissemos: vamos?
Correndo, saímos da casa e entramos na chuva, com a roupa que estávamos, com tudo. 
Rimos, nos divertimos, nos molhamos muito. 
Foi sensacional, lembro agora, uma das ótimas lembranças que tenho dela. 
Olhava para o céu e sentia a água escorrer. 
Ficamos ali um tempão. 
Sensação de alegria. 
Liberdade. 
Lavamos, o corpo, a alma. 
Debaixo da chuva. 
Voltamos a ser crianças. 
Eu e minha mãe.

4 comentários:

Bbt disse...

Ahhhh Waldir, outro dia, voltando de uma palestra, decidi caminhar perto de casa para ver a paisagem. Fui pega de surpresa por uma chuva. Que deliciosa sensação! Eu reduzi o passo e me deixei molhar completamente! E me lembro de ter pensado quão bom seria se minha filha estivesse alí comigo naquela tarde!
Hoje, lendo o seu texto, decididamente vou aproveitar um desses inúmeros dias de chuva de SP para brincar com minha Marcella. Eu também quero que ela tenha ótimas lembranças de mim!
Bjs grandes na sua mãe(linda mãe)!!!

Smiley Castelo Branco disse...

A mais bela surpresa: era a sua mãe, ternura... bravo!

Camila Paier disse...

Bá, confesso que, não esperava pelo final. Imaginei uma moça, acredita? Hahahahaha
Mas acho que os laços maternos são ainda mais fortes do que qualquer amor, não é? Se esse momento foi real, deve ter sido lindo. Único, memorável. Adorei o texto, Waldir.
Um beijo!

- mel marinho disse...

Não sei porque ainda não escrevi, mas adoro esse texto. Muito bom!